domingo, 19 de setembro de 2010

escalpelamento


Lembro sempre dos filmes de bang bang quando falo esta palavra: escalpelamento. Lembro dos pele vermelha ameaçando escalpelar algum mocinho. E vejam só, hoje em dia, o escalpelador nem sequer possui voz, faz isto apenas por acidente e imprudência de seus donos. O escalpelador é o eixo dos motores das embarcações familiares, como são chamadas estas embarcações no Pará(região Norte do Brasil),por não possuirem proteção que cubra estes motores, e fazerem uma rotação muito rápida, os mesmos arrancam os cabelos e até o couro cabeludo de meninas e até mulheres , basta que um pequeno fio se enrosque e numa fração de segundos, a moça tem seu cabelo arrancado e seu couro cabeludo disforme. A questão é que além de não ter mais o cabelo, ele não nascerá novamente.De 2004 a 2008 o número de escalpelamentos foi 288 pessoas, mas estima-se que o número seja ainda maior, umas três ou quatro vezes maior.
Não conhecia estes casos. Soube por uma moça do Projeto Radical Cristolêndia( Cracolândia de SP) que ela tinha doado seu cabelo prá que fossem feitas perucas, aliás, ela e muitas outras pessoas. Ontem, numa apresentação na Igreja Batista no Itaim Paulista, no Desperta Brasil foi mostrado o vídeo. Ao vê-lo, acho impossível ou pouco provável que nós, mulheres, sejamos incapazes de ficar indiferentes a tanta dor e à situação de ver a imagem de uma mulher assim modificada e justamente em algo que mexa tanto com a auto-estima feminina, a falta de cabelo.
Eu não conhecia estes casos, afinal, apesar de tanta tecnologia e informação, muitas vezes, há tantas coisas que ficam fora do nosso mundo.
Fomos convidadas a doar nossos cabelos, caso quisêssemos ajudar... e como diz a Bíblia, "Deus ama ao que dá com alegria." Hoje, não sou a moça das longas madeixas que enfeita a página deste blog, talvez daqui algum tempo volte a ser. Mas tenho certeza que a minha doação e de tantas outras mulheres: crianças, jovens e adultas mudarão vidas que serão transformadas por não terem mais a vergonha ou o desespero de não terem em suas cabeças que estampar a agressão que foram submetidas.
Elas foram escalpeladas, mas foram amadas e estão recebendo através deste ato de amor, um pouco da nossa feminilidade.







Para saber mais sobre este assunto, indico dois links: http://www.amazonia.org.br/noticias/print.cfm?id=19344 http://www.jubapa.com.br/index.php/news/61-voluntarias-do-desafio-radical-doam-seus-cabelos-para-vitimas-do-escalpelamento

Marcadores